A Coleção de Culturas de Fungos Filamentosos, CCFF integra o quadro de coleções microbiológicas institucionalizadas pela Fundação Oswaldo Cruz. Estabelecida no Instituto Oswaldo Cruz IOC desde sua criação em 1922, é parte integrante do Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos (LTBBF/IOC). Seu acervo é composto por cepas de fungos filamentosos de diferentes grupos taxonômicos, isolados de diversos substratos, incluindo cepas tipo. O acervo é continuamente expandido através do depósito de cepas, em sua maioria provenientes de projetos de pesquisa e atividades biotecnológicas, com intercâmbio ativo de material entre instituições de pesquisa e outras coleções de microrganismos situadas no Brasil e no exterior.

Desde a sua criação, a CCFF tem seu acervo preservado sob óleo mineral estéril à temperatura ambiente. Atualmente, também são empregadas as técnicas de liofilização e criopreservação. O acervo está em constante processo de manutenção, garantindo aos espécimes preservados a conservação das suas características biomorfológicas e genéticas por longos períodos de tempo. A CCFF realiza serviços de depósito, fornecimento de cepas de fungos filamentosos e informação associada, caracterização taxonômica, autenticação, assessoramento técnico-científico e formação de recursos humanos. Além de ser uma coleção de serviço, a CCFF também atua como um centro de investigação científica, participando de projetos de pesquisa a nível nacional e internacional.

Em 1989, a CCFF filiou-se à World Federation for Culture Collections, WFCC sob o registro WDCM 720, e em 2005 filiou-se à Federación Latinoamericana de Colecciones de Cultivos (FELACC).

Ciente de sua importância como centro de conservação ex situ da biodiversidade e como fonte de recursos estratégicos para o desenvolvimento de pesquisa em ciência, tecnologia e inovação, a CCFF tem como missão assegurar a qualidade das cepas preservadas em seu acervo e da informação a elas associada, assim como dos serviços prestados. Desta forma, a curadoria atua na constante implementação de requisitos da qualidade na coleção, de forma a adequá-la aos padrões nacionais e internacionais, a fim de garantir a qualidade dos isolados disponibilizados e assegurar a confiabilidade das informações sobre os microrganismos.

A CCFF disponibiliza as informações relativas ao seu acervo através de catálogo virtual acessível pelo Sistema de Informação de Coleções de Interesse Biotecnológico (SICol), propiciando o acesso livre e aberto aos dados e informações disponíveis. Além disso, integra outras plataformas de dados online, como o Sistema de Informação Distribuído para Coleções Biológicas (speciesLink), o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) e o Sistema Global de Informação sobre a Biodiversidade (GBIF). Tais ações ampliam a visibilidade e agregam valor ao material biológico da coleção, atuando na promoção da pesquisa e do desenvolvimento científico no país e no exterior, além de estimular o uso público da informação científica.

Em 2019, a CCFF teve seu acervo expandido devido a transferência das cepas de fungos filamentosos que constituíam o acervo da Coleção Micológica de Trichocomaceae, CMT. A curadoria e acervo da CMT foram transferidos à CCFF após a aposentadoria do seu fundador e curador. A CMT, antiga Coleção Micológica do Departamento de Biologia do IOC, foi fundada em junho de 1997 pelo pesquisador Mario Jorge Gatti, a partir de esforços para identificar e preservar cepas de fungos filamentosos isolados de produtos agrícolas e rações de uso animal produzidos no Brasil. Seu acervo é composto por culturas fúngicas da família Trichocomaceae, com particular dedicação ao gênero Aspergillus. São aproximadamente 505 culturas fúngicas, distribuídas em 22 gêneros e 65 espécies. Destacam-se no acervo as cepas potencialmente produtoras de aflatoxinas, ocratoxinas e fumonisinas, isoladas de produtos agrícolas, de rações e componentes empregados na produção animal, de casos clínicos (humanos e animais domésticos), fungos utilizados em ensaios biológicos e toxicológicos, assim como culturas tipo preconizadas em farmacopéias. Atualmente, solicitações de serviços referentes a cepas que constituíam o acervo da CMT devem ser encaminhadas a CCFF.